Estou mesmo a precisar de férias e ando a contar os dias para o descanso desejado.

Este ano tem sido duro – muito trabalho, muita preocupação com questões familiares, muita coisa para gerir ao mesmo tempo e a sensação de que carrego demasiado sobre os ombros e que não vou chegar para tudo.

Por isso, parar nalgumas frentes é obrigatório… e é já a partir de amanhã.

Meu querido mês de Agosto vai ser de descanso (quase) total!

Vai mesmo e por isso não quis partir para férias sem partilhar convosco uma receita que fiz no início do Verão e que deixou todos banzados com a qualidade, a densidade e os sabores: esta sopa de peixe ao estilo napolitano é uma festa para os sentidos.

Seja pelos aromas, pelas texturas, pela conjugação de sabores, seja até pela beleza da apresentação, esta sopa, com este caldo, é perfeita para se fazer em Agosto.

Sopa ou Guisado?

O conceito que está na base da Zuppa di Pesce alla Napoletana, feita tradicionalmente pelos pescadores, era aproveitar o peixe que não tinham conseguido vender.

Era um prato simples, prático e nutritivo em tempos de grande carência e na época assemelhava-se mais a uma caldeirada, como a nossa.

Com os anos, o conceito foi evoluindo para um guisado mais apurado e mais rico, recebendo os frutos do mar e o tomate e o caldo e as ervas e os temperos. Assim se construiu uma verdadeira sinfonia de sabores. É o que a torna tão maravilhosamente especial.

Sobre os ingredientes

A verdadeira sopa de peixe à napolitana tem grande variedade de peixes e frutos do mar. Esta é uma versão bem mais simples e mesmo assim poderão achar que tem bastantes ingredientes.

Verdade… mas a confecção não é nada complicada – daí a importância da mise en place, ou seja, termos tudo na bancada, para avançarmos sem nos vermos obrigados a parar a meio ou deixar algum elemento cozer mais tempo do que deveria.

Então o que temos aqui? Tanta coisa boa!

Do mar temos:

  • salmão
  • amêijoas
  • camarão grande
  • choquinhos
  • mexilhão

E da terra temos:

  • passata (polpa de tomate italiana)
  • vinho branco
  • raíz de funcho
  • cebola roxa
  • alho
  • orégãos
  • flocos de piri-piri
  • estames de açafrão (opcional)
  • sumo de limão
  • salsa
  • sal e pimenta

Por onde começar?

Com tudo na bancada começamos por descascar e retirar a tripa aos camarões para colocarmos as cascas e cabeças a cozinhar.

Naqueles 10 minutos em que têm de ficar a ferver, dá tempo para retirar as barbas aos mexilhões, cortar o salmão em cubos (se comprarem já lombinhos não têm o trabalho que eu tive com as postas), picar a cebola e o alho e fatiar finamente a raiz de funcho.

Não é lindo este bolbo? E o sabor? Dá aquele toque adocicado da erva doce!

È meraviglioso!

Porquê fazer o caldo com as cascas e cabeças do camarão?

Simples! Porque a sopa vai ganhar muito mais sabor. Sabor verdadeiro! Não há caldo de marisco no mundo que bata um caldo natural como este – foi o que a minha mãe me ensinou e é a mais pura das verdades.

Depois dos 10 minutos de fervura, trituramos muito bem…

…e coamos por um pano, torcendo para espremer e não perdermos nem uma gota. O volume de líquido que se perde durante a cozedura, acrescenta-se com água.

Depois disto, estamos prontos para avançar para a parte das frigideiras, que é sempre em frente, sem curvas nem contra curvas.

Como gerir melhor o tempo?

No dia em que fiz o video – que podem ver mais abaixo – não estava preocupada com o tempo, quis apenas adiantar a parte do peixe e frutos do mar mais cedo. É a parte que, se vos der jeito, podem fazer com antecedência.

Mas se quisermos fazer tudo isto no menor tempo possível temos de usar duas frigideiras – aquela onde iremos servir a sopa e onde fazemos o refogado e apuramos o caldo com a passata…

… e outra onde salteamos o peixe e o marisco, rapidamente, para não ficarem demasiado cozidos. Faço os de casca juntos, depois os choquinhos e finalmente o camarão com o salmão.

Dois minutos cada sobre lume muito forte – os das cascas menos, apenas até abrirem no seu próprio vapor.

Tudo isto fica pronto nos 15 minutos em que o caldo com a passata está a apurar.

O que é a passata?

A Passata é uma polpa de tomate italiana, semelhante na textura à nossa polpa, mas de sabor um pouco diferente.

Para fazerem esta sopa aconselho mesmo o uso da Passata já que o sabor da nossa polpa é demasiado característico e irá interferir no sabor geral do prato. Encontram a Passata facilmente nos supermercados. Aqui estão alguns exemplos.

Se não encontrarem a Passata e mesmo assim quiserem fazer, substituam por tomate triturado – é a melhor opção – mas devem passá-lo por um coador para garantir que retiram todas as peles e/ou sementes.

Depois de finalizarem o prato, sirvam com pão torrado e gomos de limão – é uma delícia espremer mais sumo de limão fresco sobre o peixe e o marisco enquanto nos deliciamos com esta sopa.

Adoram tomate?

Então aqui vos deixo algumas sugestões de receitas!

GASPACHO (FÁCIL E RÁPIDO) – Perfeito para o Verão, o gaspacho é uma sopa fria super fácil de fazer – basta triturar, guardar no frigorífico e deixar que as horas de descanso façam magia.

SALADA CAPRESE COM PESTO VERDE – Os ingredientes mais frescos fazem a melhor salada Caprese, colorida e bem temperada, com pesto para surpreender.

ARROZ DE TOMATE COM COENTROS – Um bom arroz de tomate é uma memória de conforto carregada de sabor e ideal para acompanhar peixe frito.

TOMATADA DE FRANGO COM AZEITONAS – Rápido, simples e delicioso. Este frango é feito apenas numa frigideira, mergulhado num rico molho de tomate com azeitonas.

MOLHO DE TOMATE CASEIRO – Um bom molho de tomate caseiro muito fácil, saudável e muito versátil para usar em massas, lasanhas, pizzas ou no que nos apetecer.

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