Desde a trágica morte de Diana – cuja cobertura fiz em 1997 para a RTP – que sou enviada ao Reino Unido sempre que há alguma ocasião mais relevante a envolver a realeza.

Foi assim nos casamentos de William e de Harry – aliás tenho aqui no site o Bolo de Limão e Flor de Sabugueiro, uma réplica do bolo de casamento de Harry e Meghan – na altura ainda sem nenhum de nós imaginar como a relação familiar, sobretudo entre os irmãos, se iria degradar.

Foram dias intensos e de grande camaradagem na equipa destacada para o acontecimento em Windsor.

Estive também no Jubileu de Platina para assinalar os 70 anos de reinado de Isabel II… e o mesmo aconteceu para as cerimónias fúnebres da rainha, alguns meses depois.

Em Maio, em princípio, estarei de regresso para a coroação de Carlos III.

Balmoral, o castelo da felicidade e da boa comida

A Rainha Isabel II foi uma personagem marcante da história, uma testemunha única de um tempo decisivo para a organização do mundo tal como hoje o conhecemos.

Reinou durante 7 décadas. A maioria de nós nunca conheceu outro monarca britânico que não ela.

Acabaria, na fragilidade dos seus 96 anos, por morrer em Balmoral, o castelo na Escócia onde passava as férias de Verão, onde passou grande parte da sua infância, onde foi pedida em casamento por Filipe Mountbatten com quem esteve casada durante mais de 73 anos.

Balmoral foi assim um local marcante na sua longa vida e onde foi muito feliz.

Em Balmoral comia-se bem.

Quem o diz é Darren McGrady, que durante onze anos foi chef da Rainha Isabel II, da Princesa Diana e dos Príncipes William e Harry.

Segundo ele…

Os cozinheiros adoravam ir até ao Castelo de Balmoral. É uma propriedade de 20.000 hectares e está cheia de ingredientes e produtos locais. A carne de veado da propriedade, o salmão do rio Dee, é tudo tão fresco. E além de tudo, tem a sua própria horta que abastece a casa durante todo o tempo em que a Família Real lá está.

Cheguei a Darren McGrady quando pesquisava sobre Balmoral na Internet, logo após a morte da Rainha. E eis que me aparece este chef bem divertido, de sorriso rasgado e barriga proeminente, a mostrar como fazia as bolachas favoritas de Isabel II.

Bolachas de manteiga claro, o famoso shortbread escocês, mas no caso com um segredo que torna estas bolachas absolutamente divinais.

E que segredo é esse?

É o uso de amido de milho, a vulgar farinha maisena, cuja marca mais conhecida é a Maizena.

A maioria dos shortbread usa apenas farinha de trigo, mas ao usarmos uma parte de amido de milho a bolacha fica muito mais macia, derretendo-se literalmente na boca.

Diz o chef McGrady que quando estava no Castelo de Balmoral fazia uma fornada destas bolachas pelo menos uma vez por semana, porque a Rainha sempre foi um pouco gulosa e adorava comê-las na hora do lanche, enquanto bebia o seu chá Earl Grey.

Nesta receita, o chef usa um molde clássico escocês de shortbread com um cardo – o emblema da Escócia – mas optei por simplificar. Não precisamos de molde, não tem de ser um shortbread em fatia triangular. O formato clássico de bolacha, redondo, serve lindamente. Em alternativa também podemos estender a massa e cortá-la em rectângulos.

Apenas 6 ingredientes!

  • farinha de trigo T65 – para usos culinários
  • amido de milho – a vulgar Maizena
  • açúcar em pó – para a massa – e refinado – (opcionalmente) para polvilhar depois de cozidas
  • sal – muito importante para intensificar o sabor
  • manteiga sem sal – fria, cortada em cubos
  • extracto de baunilha – o chef usa pasta de baunilha mas como é mais difícil de encontrar, o extracto acaba por ser uma boa opção.

Passo-a-passo

A primeira coisa a fazer é colocar todos os ingredientes, à excepção do extracto de baunilha, num processador com lâmina larga e triturar…

… até ficar com este aspecto areado.

Depois, juntamos o extracto e trituramos mais um pouco até a massa começar a ligar.

Não deixamos que se forme uma bola dentro da taça…

porque esse trabalho é para fazer sobre a bancada, à mão.

O calor das mãos num instante permite formar a bola…

que enrolamos até fazer um rolo com 5 cm de diâmetro…

e que cortamos em fatias com cerca de meio centímetro.

Depois ajeitamos bem as bolachas em cru para ficarem bem redondinhas e colocamos num tabuleiro forrado com papel vegetal – não é preciso untar – afastadas entre si uns 2,5 cm.

Está tudo pronto? Então só falta seguirem para o forno, durante uns 12 a 15 minutos, depende dos fornos.

O ponto certo para retirar é quando as bolachas começarem a querer dourar nas extremidades. Retiram-se logo porque quanto mais clarinhas melhor.

Estando bem quentes, o chef sugere que sejam polvilhadas com açúcar…

Por mim, francamente, dispenso o açúcar e prefiro-as simples.

Aqui estão elas, acabadas de sair do forno, sobre uma rede de arrefecimento.

Atenção! Não as comam quentes, resistam à tentação e deixem-nas arrefecer totalmente, caso contrário ficarão com uma sensação estranha na boca, por causa do amido de milho.

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