Aqui está mais um dos pratos que tanto comi na minha infância, já que também havia modas na altura.
Era o Frango de Fricassé, eram as Almôndegas em Molho de Tomate, as semp’eternas Ervilhas com Chouriço e Ovos Escalfados, eram mais uns quantos… e este claro.
Tenho a dizer que sempre foi um prato que me deixava feliz, sempre gostei muito daquele contraste de sabor e textura entre a salsicha e a couve-lombarda.
Recentemente, no período da quarentena, decidi voltar a fazer este prato, tentando lembrar-me de como a minha mãe fazia.
Usava uma boa couve-lombarda e retirava um pouco dos talos mais grossos…
e depois cozinhava as folhas até ficarem moldáveis.
Lembrem-se de que as folhas de fora que são mais verdes são mais duras e levam um pouco mais de tempo a amolecer. Eu costumo deixar cerca de 10 minutos na água a ferver. As mais claras retiro um pouco antes. Só convém deixar amolecer um pouco para enrolar e não se esqueçam de que, depois de as retirarmos da água, elas continuam a cozer mais um pouco no calor residual. Não queremos folhas que se desfaçam quando as estamos a enrolar.
Quanto ao molho, tenho ideia de que a minha mãe usava tomate fresco, sem pele e que lhe juntava um pouco de polpa de tomate. Não tenho a certeza, mas é daquelas coisas que são mais intuitivas.
Eu acabei por utilizar tomate de lata, que tinha mais à mão, mas tomate fresco já sabem, é sempre melhor – este tomate de lata era em pedaços pequeninos e talvez tivesse conseguido um molho menos ralinho com tomate triturado, mas deixei mesmo assim, sem triturar nada, para se verem todos os pedacinhos do tomate e da cenoura.
Se optarem por ter o molho mais denso e todo triturado, só têm de o triturar antes de juntarem os embrulhos e a água. Retiram o louro, passam com a varinha mágica e está feito!
Se quiserem manter os pedacinhos de cenoura, juntem-na depois de triturarem.
Quanto aos embrulhos, não precisam de usar palitos.
Basta enrolar tudo como um crepe chinês e cozinhá-los no tacho com a junção para baixo. Ficam perfeitos e não abrem.
Bom, que maravilha! Todos comeram, pequenos e graúdos, sem esquisitices de legumes, sem nada. Um belo arrozinho branco e aquele molhinho bem apurado conquistaram todos.
E para molhar no molhinho fiz o belo Pão Rústico Rápido que é a receita de maior sucesso deste ano, até agora!
Vão reparar que no video eu faço uma quantidade maior – esta receita tal como está aqui, parte do princípio de que cada pessoa comerá um embrulho com duas salsichas, mas não quis arriscar e fiz mais para quem quisesse repetir… e repetiram. O que sobrou comeu-se no dia seguinte, porque este é daqueles pratos que, um dia depois, ainda fica mais apurado.
Por isso, se aí por casa são comilões, já sabem que terão de fazer mais.
8 comentários para “Salsichas frescas enroladas <br> em couve-lombarda”
Clara,
Quero dizer-lhe que sou grande apreciador das suas receitas. Tenho experimentado fazer grande parte delas, e sigo com atenção as suas dicas. Consigo, e com a sua ajuda, aqui em casa tenho-me tornado um grande chef. Um muito obrigado deste seu admirador.
Grande Carlos, assim é que é! Continue, continue… 🙂
Belas recordações da minha infância…. mas quando fui para o Colégio no Porto, não havia petiscos, era horrível!!!!!! Obrigada Clara, pois as suas ideias são sempre fantásticas….
Obrigada Adelaide!
5 estrelas? 20 valores? O que posso dizer mais? Ah. Como se diz agora comida de conforto para os dias mais frescos. Muito, muito bom.
😉 obrigada pelas suas palavras Maria Fernanda!
Clara
Conseguiu “transportar-me” para memórias Felizes, de Partilha e de Família!
Esta receita é intemporal!
Obrigada
É mesmo Caetana. Obrigada! 🙂