“Mãe, vais fazer alguma coisa para jantar?”, perguntou-me a minha filha enquanto se mantinha estendida no sofá, numa sexta-feira à noite em que estava sem vontade para se levantar e cozinhar.
“Não estava a pensar fazer nada, mas o que te apetece filha?”, ao que respondeu, “Não sei, vê tu.”
Vê tu…
Há 4 anos anos que a minha filha é vegetariana e em 95% das vezes é ela própria que trata de cozinhar as suas refeições, mas desta vez precisava de um mimo da mãe.
Fui dar uma vista de olhos na despensa e vi o bulgur.
O bulgur, também conhecido como triguilho, é um grão de trigo integral muito saboroso, comum na culinária do Médio Oriente e norte de África.
É uma excelente alternativa ao arroz, massa, quinoa ou cuscuz, já que é mais completo ao nível nutricional. Não tem gordura, é pouco calórico e um amigo da saúde digestiva e cardiovascular.
Em cru, depois de demolhado, é o cereal usado no famoso Tabulé.
Desta forma, o bulgur é perfeito não só para vegetarianos e veganos, mas também para diabéticos ou para quem queira perder peso.
Só não é indicado para celíacos já que é um grão de trigo e tem glúten.
Nesta receita, além do bulgur, optei por juntar grão-de-bico, tomates-cereja, as aromáticas que tinha à mão – salsa e manjericão – e como não queria uma vinagreta simples, optei por um delicioso molho Tahini.
Tenho sempre tahini no frigorífico para fazer os meus húmus. Faço-o em casa, é muito simples, desde que tenham um triturador potente. Podem ver a receita aqui: TAHINI.
Comecei por cozinhar o bulgur, exactamente do mesmo modo que cozinhamos o arroz – por cada volume de bulgur usamos dois volumes de água. Não usei sal, porque o molho já tem o suficiente.
Nesta parte da cozedura do arroz segui um caminho diferente do habitual – optei por tostar o bulgur ligeiramente, a seco, e deixei-o cozer durante mais tempo. O habitual são cerca de 15 minutos. Porquê? Porque queria algo semelhante ao socarrat da paelha, garantido que conseguia uma crosta no fundo bem tostada mas não esturricada, o que daria um contraste no sabor e na textura desta salada.
Assim foi. Ficou a cozinhar durante cerca de 20 minutos, em lume brando, e assim que vi os grãos tostados nas extremidades encostadas ao tacho, desliguei, abri os grãos para arrefecerem mais rapidamente, passei para a taça de servir e raspei o socarrat.
Depois disto, basta arrefecer um pouco – podemos comer a salada ligeiramente morna ou fria – envolver os restantes ingredientes e servir.
Esta receita é indicada para 4 a 6 pessoas, mas de tão boa que é o melhor é contar que seja para 4 porque certamente alguém vai repetir.
10 comentários para “Salada de Bulgur e Grão <br> com Molho Tahini”
Olá Clara,desde já obrigada pelas receitas que partilha que são maravilhosas!!
Fiz o Tahini mas ficou em pasta.
O seu é mais liquido.
Conserva das mesma forma dentro de um frasco?
Depende Fátima. Se triturar mais ou se colocar mais óleo fica mais líquido, mas para o uso é indiferente. Mantenha no frio que dura muito tempo.
Obrigada Clara!!!
Gosto muito das receitas da Clara de Sousa…para além de gostar muito dela!!!beijinho
Obrigada Isabel!
As suas receitas são ótimas, Parabéns e bem haja, tenho aprendido bastante. Obrigada
Obrigada Isabel!
Deve ser uma delícia, vou fazer.
Olá Clara,
Esta salada de bulgur deve ser maravilhosa!!! Vou experimentar. Também faço uma ótima: bulgur com quinoa. Junto batata doce aos cubos assados no formo e tomate seco. Tudo regado com alho e azeite (triturado na varinha mágica). Uma delicia. Tem de experimentar.
Obrigada pelas partilhas das suas receitas. Adoro.
Um beijinhos,
Michelle
É sim, maravilhosa! Estes cereais são óptimos e não engordam 😉 A sua também me me parece muito bem. Eu também costuma fazer uma com batata-doce assada aos cubinhos. Um destes dias também a vou partilhar aqui 😉 obrigada!