Cuba é um dos países que quero muito conhecer, mas ainda não surgiu a oportunidade.
Isso significa que nunca bebi nenhum mojito na La Bodeguita del Medio, conhecida apenas como La Bodeguita, onde, diz quem sabe, se bebe o melhor mojito de Cuba.
Este bar/restaurante é uma das principais atracções turísticas da cidade antiga de Havana, não só pela qualidade do mojito, mas porque por ali passaram nomes sonantes como o actor Errol Flynn, o antigo presidente do Chile, Salvador Allende, o poeta, também chileno, e Nobel da Literatura, Pablo Neruda ou ainda outro Nobel da Literatura, o escritor norte-americano Ernest Hemingway, que se apaixonou por Cuba e ali viveu durante duas décadas.
As paredes do La Bodeguita, com milhares de escritos e assinaturas, são testemunhas da passagem dos seus mais ou menos conhecidos frequentadores vindos dos quatro cantos do mundo.
Aqui há escritos mais especiais que foram emoldurados, como este de Salvador Allende, a 28 de junho de 1961: “Viva Cuba libre, Chile espera”.
No La Bodeguita há duas mesas que ninguém pode ocupar, porque estão reservadas ad aeternum para dois clientes muito especiais, ambos já falecidos: o cantor norte-americano Nat King Cole e o poeta cubano Nicolás Guillén.
Mas o destaque maior vai claramente para Hemingway, tanto nos desenhos de retrato ou nas fotografias espalhadas pelas paredes – aqui numa bem conhecida cumprimentando Fidel Castro…
… como no painel de azulejos onde surge em amena cavaqueira com Guillén, à volta de um mojito…
… ou ainda no seu famoso escrito emoldurado e em lugar de destaque, onde se lê: “Meu mojito na Bodeguita, meu daiquiri no Floridita”, um outro bar da cidade antiga de Havana, famoso pelos seus daiquiris.
O espaço, com toda esta história, é sempre muito concorrido pelos turistas, e tanto assim é que ir a Cuba e não ir à La Bodeguita ou ao Floridita é quase como ir a Roma e não ver o Papa.
Etimologia
A origem do nome “Mojito” não é consensual. Há quem defenda que vem de ‘mojado’, molhado em castelhano. Outros acreditam que tenha sido criado por escravos levados para Cuba e que deriva da palavra africana ‘mojo’, que significa fazer um pequeno feitiço devido à percepção do seu valor medicinal.
Seja como for, esta bebida “enfeitiçou” meio mundo, já que é uma das mais apreciadas.
Um bom mojito, servido com bastante gelo, é perfeito para um belo convívio numa noite quente de Verão.
Se gostam de mojitos e querem fazê-los em casa, chegaram ao sítio certo!
Quais os ingredientes?
Apenas cinco ingredientes:
- rum branco
- hortelã
- açúcar
- sumo de lima
- água com gás
O mojito é só isto: estes 5 ingredientes + gelo, por regra, é usado gelo picado.
Como se faz o Mojito?
Faz-se com hortelã bem fresca e viçosa e com um bom rum branco.
Usamos umas 12 folhas por cada mojito, pode ser um ramo inteiro ou apenas as folhas.
É tudo feito directamente no copo, mexendo bem para dissolver o açúcar. Quanto mais fino for o açúcar mais facilmente se dissolve.
Feita a base com açúcar, hortelã, sumo de lima e rum, junta-se gelo, envolve-se bem, junta-se um pouquinho de água com gás, mais gelo, mais um raminho de hortelã para decorar e está pronto a servir.
Pronto em 5 minutos ou menos. Fácil e muito bom!
Como servir o Mojito?
Tradicionalmente é servido num copo alto, com gelo bem até ao topo. Eu tenho estes copos de Mojito – parecidos com uns que se vendem no Ikea mas ligeiramente mais pequenos. Têm 40 cl de capacidade.
Podem servir com rodelas ou gomos de lima dentro da bebida, além do sumo.
Erros comuns a evitar
- Nunca esmagar demasiado as folhas com um esmagador, até o podem usar, mas basta pressionar um pouco as folhas, nunca esmagá-las ao ponto de as destruir. As folhas de hortelã, para libertarem o seu maravilhoso aroma e sabor, só precisam de ser ligeiramente pressionadas entre os dedos ou levarem uma ou duas palmadas. Esmagar a hortelã deixa o mojito “sujo”, cheio de pedacinhos de folhas por todo o lado. Não queremos essa confusão!
- Nunca usar gasosa em vez de água com gás. Não vale estragar ok? Se quiserem o Mojito mais doce juntem mais um pouco de açúcar; gasosa é que não. É batota da má.
- Não usar outro rum que não o rum branco. É o rum com o sabor mais neutro para deixar brilhar a hortelã e a lima em todo o seu esplendor. Quanto melhor o rum, melhor o Mojito.
Mojito para uma “multidão”
Tal como a receita da Margarita, também podemos fazer a base do Mojito num recipiente bem maior, aumentando tudo em proporção. No entanto, esta base não leva nem a água com gás, nem o gelo.
Para servir enchem-se os copos com gelo e verte-se um pouco deste “feitiço” e remata-se com a água gaseificada. A última coisa que queremos é beber mojitos chochos e aguados, certo?
Onde está a receita?
Está um pouco mais abaixo, logo depois do video, e até a podem imprimir.
Se gostaram desta receita poderão também gostar de:
- Margarita (no copo ou no jarro) – Feita no copo ou no jarro em dias de festa, esta é a melhor e mais fácil Margarita de sempre. Com a mistura preparada é tudo muito mais rápido.
- Limoncello (licor de limão italiano) – A receita das avós italianas, com limões biológicos, do licor de limão mais famoso e apreciado do mundo.
- Amaretto caseiro (licor italiano) – Receita simples, muito próxima do original. Sai bem mais barata e cumpre a função, seja para beber com gelo ou para usar nas receitas.
- Baileys caseiro (licor de whisky e natas) – Versão caseira muito cremosa e nada atrás da original. Com a vantagem de ficar três vezes mais barata.
- Rum punch (cocktail das Caraíbas) – Um dos cocktails favoritos das Caraíbas, este ponche fresco de rum é perfeito para qualquer hora do dia no tempo quente.
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4 thoughts on “Mojito”
Que agradável, preparado na perfeição é de um sabor incrível!
Muito bom e fresco, obrigada pelas suas dicas.
Olá Clara, obrigada por todas as receitas que publica.
Segui-las não há como errar.
Beijinho.
Obrigada Anabela! 🙂