Foi o que aconteceu comigo. A memória desta marmelada nunca desapareceu.

Foi há uns anos, não muitos, que a minha amiga Teresa Seixas me levou para um fim-de-semana no norte, para nos distrairmos e revermos uns amigos que ela já não via há bastante tempo.

Lá fomos, ficámos no Porto na casa da Mónica e do Paulo, que foram incríveis na simpatia e na forma como nos receberam. São sempre assim! A mesa tem de ter boa comida e boa bebida e, de facto, fomos tratados como sempre. Com o melhor.

A dada altura, para o fecho de uma refeição, foi colocada na mesa uma tábua de queijos e marmelada. Eu nunca fui grande fã de marmelada, tenho de admitir, mas quando provei aquela marmelada… senti que tinha sido a melhor marmelada de sempre. Pelo menos para mim. Ao ponto de repetir mais do que uma vez. Estava mesmo boa, era mesmo gulosa, nada enjoativa.

A marmelada tinha saído das mãos de fada da Isilda, há muitos anos a trabalhar na casa da Mónica e do Paulo.

Eis que agora, no final de Setembro, quando uma outra amiga também chamada Mónica, que trabalha comigo na SIC, me ofereceu estes marmelos pensei imediatamente na marmelada da Isilda.

E assim sendo pedi a receita, que ela cedeu de imediato. Fiquei agora a saber que é uma receita de família, da avó da Mónica do Porto, em que a Isilda pegou, transformou e glorificou. Ainda mais.

A Isilda é cá das minhas. O que é bom, é para partilhar!

Este é um processo mais fácil e mais rápido do que o processo tradicional, já que não exige que se descasquem os marmelos, nem que se cozam ou escaldem primeiro em água. Desta forma a marmelada retém todo o sabor.

Bem que a Isilda sugeriu que se fossem colocando os pedaços de marmelo em água para não escurecerem, mas eu esqueci-me. De qualquer forma, esse meu lapso não alterou o resultado final.

Também referiu que sendo a receita tradicional de 1 kg de açúcar para 1 kg de marmelos, nesta ela rouba 250 gramas por quilo ou até um pouco mais, se os marmelos forem mais doces. Eu roubei 300 gramas por quilo e, se calhar, até poderia ter roubado um pouco mais. Mas nunca nos podemos esquecer de que, a menos que seja para consumir rapidamente, o açúcar é um conservante fundamental para quem queira guardar este tipo de doces durante meses e meses a fio. E é também necessário para agregar a textura da marmelada, para que a possamos cortar à fatia.

De volta à receita… temos os marmelos e o açúcar que são colocados em camadas num tacho. Só isto, sem qualquer água.

A nós basta-nos aguardar que fique bem cozido, triturar, encher tacinhas, pincelar com bagaço, cobrir com papel vegetal e colocar ao sol para secar. 

Se puder ser na rua sob sol directo, melhor (só temos de as recolher ao fim do dia), mas se não houver essa possibilidade ou se o tempo estiver de chuva, deixamos as tacinhas num parapeito onde possam apanhar algum sol. Ali ficam durante uma semana ou duas ou mais, até vermos que a marmelada está mais sequinha e pronta para cortar.

Esta marmelada, mesmo depois de secar, fica sempre muito macia no interior. É também isso que a torna tão apreciada. Literalmente, desfaz-se na boca.

Quando ofereci uma taça desta marmelada à minha amiga Mónica de Lisboa e ela a deu a experimentar à mãe, que é a especialista em marmelada lá de casa, a mãe disse logo que a minha marmelada era muito gulosa. Nem mais! Foi exactamente o que eu pensei quando comi a marmelada da Isilda pela primeira vez.

E é por isto que recebe este nome “Marmelada Gulosa da Isilda”, se bem que nem a marmelada nem a Isilda são gulosas… 

Os gulosos somos nós!

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