O clássico francês com um twist. Este Crème Brûlée de sabor mais cítrico vai deixar-vos completamente rendidos.

Este crème brûlée é simples e é delicioso e vai fazer as delícias de todos aí em casa.

Imaginam este twist ao crème brûlée tradicional, com um adorável sabor a tangerina? Pois posso dizer-vos que é leve, refrescante e irresistível.

O crème brûlée é muitas vezes confundido com leite-creme, até por quem tem formação profissional de cozinha e a obrigação de saber a diferença.

Se querem fazer leite-creme têm aqui a receita tradicional, deliciosa, maravilhosa, o Leite-Creme da Avó Maria.

Crème brûlée não é leite-creme. Podem ser semelhantes, mas as receitas tradicionais têm importantes diferenças.

E não são poucas, senão vejam:

O leite-creme coze no tacho. O crème brûlée coze no forno, em banho-maria.

O leite-creme faz-se com leite. O crème brûlée com natas.

O leite-creme leva farinha ou maisena para engrossar. O crème brûlée não.

O leite-creme é aromatizado com uma casquinha de limão. O crème brûlée usa vagem de baunilha, ou extracto, numa versão mais prática.

O leite-creme tem uma textura mais cremosa. O crème brûlée é mais denso, como um pudim mais mole.

O leite-creme é português. O crème brûlée é francês (apesar da disputa de origem com ingleses e espanhóis).

A meio caminho entre um e outro, mas muito mais semelhante à receita portuguesa, está a Crema Catalana, da Catalunha, que, além da casca de limão, também usa um pau de canela.

E pronto. Tudo semelhante, mas com muitas e importantes diferenças nas receitas tradicionais.

Com o tempo foram-se fazendo experiências, um twist aqui, um twist ali, tentativas de enxerto nomeadamente receitas que misturam leite e natas, e tudo está bem desde que o resultado seja bom.

Neste caso, o twist é o sabor cítrico suave da tangerina.

Decidi fazer esta receita depois de ter comido um Crème Brûlée de Tangerina num restaurante de Lisboa há uns anos. Gostei tanto que me aventurei em experiências para ter um resultado de que gostasse.

Por regra, o crème brûlée só leva gemas, mas neste, por causa do sumo, quis garantir que ligava melhor e juntei 3 ovos inteiros às 5 gemas. Além disso, o tradicional crème brûlée coze a uma temperatura muito baixa durante mais tempo. Esta experiência a uma temperatura mais alta e por menos tempo correu muito bem e não compromete. Por isso avancem que não se vão arrepender.

No caso de não terem tangerinas podem fazer com sumo de laranja, desde que seja uma laranja doce como as nossas laranjas do Algarve. É importante que deixem tudo em infusão durante uns minutos e que depois coem a mistura muito bem.

Feito isto, é só encher as tacinhas e levar ao forno a cozer em banho-maria.

Uma parte muito importante é a finalização com açúcar queimado. Podem queimar pelo método antigo com um ferro de queimar ou usar um maçarico.

Espero que gostem deste miminho… e se procuram por mais receitas de colher espreitem AQUI. Há lá várias, nomeadamente uma das minhas receitas de maior sucesso: o Arroz Doce, receita da mãe, claro!

Veja o vídeo desta receita

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tempo de preparação: 20 minutos
tempo de forno: 25 minutos
tempo total: 45 minutos
dificuldade: fácil
doses: 8
O clássico francês com um twist. Este Crème Brûlée de sabor mais cítrico vai deixar-vos completamente rendidos.

Crème Brûlée
de Tangerina

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O clássico francês com um twist. Este Crème Brûlée de sabor mais cítrico vai deixar-vos completamente rendidos.
tempo de preparação: 20 minutos
tempo de forno: 25 minutos
dificuldade: fácil
doses: 8

Ingredientes:

  • 600 ml de natas para bater
  • 6 tangerinas médias (raspa e sumo – 100 ml)
  • 3 ovos inteiros + 5 gemas
  • 125 g de açúcar amarelo
  • 1 colher de chá de extracto de baunilha
  • Açúcar mascavado ou normal q.b., para caramelizar

UTENSÍLIOS:

  • 8 taças de barro ou de suflê
  • ferro de queimar ou maçarico

Confecção:

  1. Coloque as natas e a raspa de tangerina num tacho e leve a lume médio até começar a fervilhar dos lados. Desligue e deixe em infusão, tapado, durante 5 minutos.
  2. Numa taça, bata os ovos inteiros, as gemas e o açúcar amarelo e bata até ficar esbranquiçado.
  3. Envolva o sumo de tangerina.
  4. Envolva as natas ainda quentes, em fio, sempre mexendo com vara de arames. Junte também o extracto de baunilha.
  5. Passe a mistura por um coador e distribua por 8 taças (até dois terços da capacidade).
  6. Coloque as taças no tabuleiro do forno e leve ao forno pré-aquecido a 180º C, enchendo o tabuleiro com água a ferver – a água deve ficar a dois terços da altura das taças.
  7. Coza durante 25 minutos exactos.
  8. Retire do forno, retire as taças da água e deixe arrefecer.
  9. Cubra cada taça com película e guarde no frigorífico até à hora de servir – mantêm-se até 5 dias no frigorífico.
  10. Na hora de servir, coloque uma boa camada de açúcar mascavado ou normal sobre cada pudim, e queime com um ferro ou maçarico.
  11. Sirva de imediato, enquanto o caramelo está crocante.

Notas:

Outras informações:

14 comentários para “Crème Brûlée <br> de Tangerina”

  1. Aprovadíssimo este creme brulle. Foi a sobremesa da passagem de ano e fez sucesso.
    Ja como entrada, o “sol”, com massa folhada e espinafres, deu o mote para um jantar mais requintado 😉

    Feliz 2023

  2. As suas receitas (todas sem excepção) são maravilhosas, faço muitas e saem sempre bem, a Clara explica tudo muito bem, para mim o seu site/livros são os meus preferidos, um bem haja, beijinhos e continue sempre com esse sorriso e boa disposição

  3. Luísa Gomes de Pinho

    Boa noite Clara,

    Só para lhe dizer que o seu site de receitas está entre os meus favoritos – do Marmiton ao Master class (as aulas à voltada comida foram as primeiras , dos vários temas, a que assisti).
    Muitos parabéns!
    Luísa

  4. As suas receitas são óptimas e saem sempre bem.Felicito-a pelos seus dotes culinários,assim como pelo seu profissionalismo enquanto jornalista.

  5. Clara de Sousa o creme brullé se não cozer em banho maria fica igualmente bem ,ajudei a fazer muitas vezes ,era no forno normal ,é delicioso LucindaAmaro.

    1. Olá Lucinda, ele cozer coze sempre claro, mas em banho-maria garante uma cozedura mais suave, mais equilibrada por igual, porque há uma distribuição mais uniforme do calor. O choque térmico do calor do forno sem água no tabuleiro é um risco, mas se acha que corre bem da forma que faz, faça assim 😉 eu pessoalmente não aconselho, tal como não aconselho derreter chocolate sem ser em banho-maria. Mas se já domina essa técnica sem, perfeito!

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