Agora que o Outono avança e o tempo fica mais instável, os dias vão começar a arrefecer e as comidinhas de tacho, bem quentinhas, já apetecem.

Esta receita dá um pouco mais de trabalho do que o tradicional frango estufado, porque tem mais ingredientes e mais passos; só por isso, porque na verdade é igualmente simples.

Qual a origem do Coq au Vin?

O Coq au Vin é uma receita clássica francesa que terá nascido alegadamente em 50 a.C. quando os gauleses estavam em guerra com os romanos. O exército de Júlio César terá cercado uma aldeia e o líder dessa aldeia, para mostrar que não se renderia, terá enviado ao general um galo de combate, que representava o povo da região. César devolveu a provocação fazendo um convite para um jantar feito com o próprio galo cozido no vinho da região, sendo o vinho um símbolo de poder.

Será verdade? Será apenas uma lenda?

O que é verdade é que esta é uma das receitas mais conhecidas da cozinha francesa. Tradicionalmente faz-se com vinho tinto se bem que haja receitas com vinho branco.

A minha versão é mais ‘clarinha’

Não uso galo, opto por um bom frango do campo. O galo, tal como a galinha, exigiria mais tempo de cozedura e penso que o frango do campo é um bom substituto.

Também não aprecio uma carne de frango muito escura por causa do vinho tinto. Prefiro colocar menos vinho e usar mais caldo de frango.

Também se usa conhaque na receita tradicional, mas nunca uso.

Como fazer o caldo de frango caseiro

Fazer o caldo é muito simples.

Depois de cortar o frango em pedaços, colocamos as partes menos nobres – pescoço, pontas de asas, patas, a parte ossuda do fundo das costas  – para ferver, sem tampa. Para esta receita usamos um pouco mais de meio litro de água e deixamos ferver uns 15 a 20 minutos. Vai evaporar um pouco e no final ficamos com o meio litro de que necessitamos.

Terminado o tempo, coamos e reservamos para usar nesta receita ou se estivermos a fazer outra receita que não precise do caldo, congelamos para termos quando precisarmos.

Quais os ingredientes?

Além da ave em pedaços e do caldo e do vinho tinto, que deve ser bom para beber, precisamos ainda destes ingredientes:

  • bacon, cortado em pedaços da grossura de um dedo
  • cenouras e cogumelos, ambos cortados em pedaços maiores
  • chalotas, porque têm um sabor mais suave, mas na falta podemos usar cebola doce
  • alho bem picadinho
  • tomilho ou alecrim
  • louro
  • concentrado de tomate, só um pouco para enriquecer o sabor
  • sal e pimenta-preta, não podem faltar
  • manteiga e farinha para engrossar ligeiramente o molho

Como fazer?

Antes de mais, o mise en place é fundamental, ou seja, tudo em cima da bancada, cortado e picado e medido e pesado.

Usei uma frigideira bem larga e funda mas podem usar um tacho que possa ir ao forno.

Primeiro, fritamos o bacon sem usar qualquer gordura. Retiramos e reservamos.

Na gordura que ficou, douramos o frango de ambos os lados, começando pelo lado com pele que vai libertar mais gordura.

Retiramos o frango e nesta gordura que ficou fazemos o refogado.

Tudo isto que está “agarrado” no fundo vai ser deglaceado com vinho. Só temos de manter tudo ao lume e ir raspando com uma colher de pau para que nada se perca.

Com tudo de regresso ao tacho (à excepção dos cogumelos) segue tapado para o forno durante 30 minutos.

Posso fazer apenas no fogão?

Sim, claro! Eu gosto muito de usar o forno, mas esta receita pode ser feita toda ela no fogão, em tacho tapado e mantendo atenção ao ponto de cozedura da carne. Por regra, os 30 minutos referidos para o forno devem também ser suficientes no fogão.

De regresso ao lume, juntamos os cogumelos e a mistura de manteiga e farinha que vai engrossar um pouco o molho. Juntem também caldo a esta mistura, para ligar melhor e não fazer grumos.

10 minutinhos mais e está feito. Basta polvilhar com salsa (opcional) aguardar um pouco, e servir.

Aqui está ele, não tão escuro como na versão tradicional, mas com um tonzinho que não vai levar ninguém a fazer caretas para o prato.

Querem o frango mais escuro?

Basta substituirem parte do caldo por vinho tinto. Quanto mais tinto e menos caldo, mais escura ficará a carne.

Que acompanhamento para o Coq au Vin?

Eu diria que com todo este molho tão saboroso, um bom puré de batata é sempre o melhor, mas arroz e massa também ligam bem. E não pode faltar o pão, claro.

Posso refrigerar ou congelar?

Sem dúvida! Aliás, se fizerem esta receita de véspera e aquecerem lentamente no dia seguinte, ela estará ainda mais saborosa.

Se congelarem, devem depois deixar descongelar de um dia para o outro dentro do frigorífico.

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