Há muitos anos que não visito os Estados Unidos, país onde ia recorrentemente nos anos 90.
Os ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001 deixaram-me tão angustiada na altura, que precisei de mais alguns anos para reunir a coragem para regressar.
Como estaria Nova Iorque e os seus habitantes depois de tão brutal ataque? Como seria olhar para o skyline da cidade e já não ver as torres gémeas do World Trade Center? Como lidaria com a tristeza que sentiria ao visitar o ground zero, a zona de impacto, já sem as torres, mas onde tinha sido construído um monumento onde estavam gravados os nomes das vítimas?
Fui. 11 anos depois.
Eu e os meus filhos fizemos as malas e fomos. Queria muito que conhecessem Nova Iorque, que tivessem real contacto com a cidade que, ferida por um acto bárbaro, se estava a reerguer.
Fizemos tanto numa semana, entre teatros, museus, passeios de bicicleta em Central Park e, claro, o que para mim era inquestionável e não poderia falhar: a visita ao memorial às vitimas.
Em redor, os terrenos ainda eram estaleiros de obra, as ruas estavam cheias de tapumes, o novo prédio que se ergueu no local ainda estava a ser construído, mas aqui a obra estava acabada, aqui estavam e estão e continuarão gravados todos os nomes…
Foi aqui que me emocionei ao mesmo tempo que encontrava uma sensação de paz, de fecho de um ciclo, dentro de mim.
Esta história surge inevitavelmente porque foi um regresso de coração apertado à cidade que tem um cheesecake com o seu nome.
Ir a Nova Iorque e não comer o seu cheesecake é um pouco como ir a Roma e não ver o papa.
A Eillen’s, um negócio familiar, é visita obrigatória. O melhor cheesecake da cidade.
Gosto da versão clássica, simples, sem complicações, mas sei que tanto queijo-creme pode ser assustador para muitas pessoas e por isso, no regresso a casa, decidi fazer uma adaptação que já tinha visto há mais tempo num qualquer programa de televisão – não me lembro qual – que reduz as calorias.
Reduzir nas calorias?
Sim, só temos de trocar parte do queijo-creme por iogurte grego natural. Com equilíbrio para não afectar a textura nem comprometer o resultado final. No entanto, não devemos usar ingredientes light já que a gordura é fundamental para a textura.
Como fazer o Cheesecake de Nova Iorque?
Fazer um cheesecake ao estilo de Nova Iorque não é difícil, mas não é uma receita rápida, já que há passos que precisam do seu tempo antes de podermos avançar.
A primeira coisa a fazer é cobrir o fundo da forma de mola com papel vegetal, e untá-la.
Depois, com um processador, trituramos as bolachas e todos os ingredientes da base e calcamos muito bem, antes de levarmos ao forno por uns minutos.
Saído do forno deixamos arrefecer e começamos a tratar do recheio.
Preparar a forma para cozer em banho-maria
É fundamental que a forma esteja mesmo muito bem protegida para que a água não entre.
Para isso, usem folha de alumínio mais larga (eu tenho um rolo grande que comprei há anos na Makro com 200 metros de comprimento e 44 cm de largura que é perfeito para o cheesecake ou para cobrir os tabuleiros de forno) mas, se só tiverem da mais pequena, usem mais folhas, cruzadas entre si. Eventualmente, uma primeira camada de película aderente antes do papel de alumínio, também pode ajudar.
Depois só têm de colocá-la num tabuleiro a que se junta água bem quente até cerca de metade da forma – aconselho que vertam a água já quando o tabuleiro estiver dentro do forno, para não correrem riscos.
Atenção!
É muito importante não bater demasiado o recheio depois de se adicionarem os ovos, para evitar criar bolhas de ar… e é por isso que depois de estar tudo pronto a ir para o forno, devemos bater a forma com cuidado sobre a bancada para soltar as bolhas de ar, responsáveis por tantos cheesecakes se quebrarem. No video, mais abaixo, vêem como fazer.
Forno com ele!!
Forno em dois actos: o primeiro de 45 minutos a uma temperatura mais alta e o segundo, também de 45 minutos, a uma temperatura mais baixa.
O ideal é que ainda esteja ligeiramente bamboleante, ou seja, não demasiado cozido. Ao arrefecer ele atingirá a textura ideal.
Depois disso só temos de deixá-lo arrefecer antes de o guardarmos no frigorífico.
Como servir o Cheesecake de Nova Iorque?
Frio, sempre bem frio.
Este cheesecake é uma tela em branco que podemos pintar de todas as cores.
Sugiro o Molho de Frutos Vermelhos. E se tiverem os frutos frescos também podem colocar.
Chantilly com frutos frescos é outra opção.
Dêem asas à imaginação!
Outras receitas de cheesecakes
CHEESECAKE DE MORANGO (COM BASE DE OREO GOLDEN) – Este Cheesecake só precisa de ir ao frio para prender e é uma sobremesa linda e perfeita para os dias quentes de Verão.
CHEESECAKE DE CHOCOLATE E LARANJA – Chocolate e laranja são uma conjugação perfeita para este cheesecake de forno, muito cremoso e arrebatador para os sentidos.
CHEESECAKE DE LIMA (COM BASE DE OREO) – A sobremesa perfeita para o Verão, doce q.b., com o incrível sabor refrescante da lima. Damos 30 minutos do nosso tempo e o frio faz o resto.
CHEESECAKE COM MOLHO DE CEREJA – Simples e rápido, um cheesecake sem gelatina que repousa no frio para prender bem. Pode ser montado em copinhos individuais.
CHEESECAKE DE 2 CHOCOLATES – Um cheesecake muito fresco para os dias quentes de Verão. Chocolate branco e chocolate negro contrastam na cor e no sabor.
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17 thoughts on “Cheesecake de Nova Iorque”
É uma sobremesa extremamente cremosa, à base de Cream Cheese, bem diferente da versão francesa, até mesmo dos italianos tem uma receita parecida à original da França.
Uma excelente receita… Adorei!
Obrigado, Clara, pela partilha
Obrigada Edgar e bom ano!!
Boa noite Clara, reparei que não tenho maisena, posso utilizar farinha de trigo?
Obrigada,
Marta
Sim pode Marta.
Olá boa tarde, gosto muito das suas receitas e ficam sempre muito bem. Em relação ao cheesecake nova York tenho uma dúvida, posso usar queijo mascaro-me? Obrigada e boas festas
Olá Sofia, nunca testei, mas o mascarpone não tem a mesma textura ou percentagem de gordura do queijo-creme e por isso não aconselho a substituição. Obrigada e boas festas.
Olá Clara,
Testei a receita e efetivamente este cheesecake é muito bom! No entanto não consegui que ficasse com aquele tom dourado na parte superior… devo usar forno ventilado?
Obrigada pela partilha
Olá Paula, não sei porque o seu não o deixa dourado. O meu fica sempre, tal como pode ver no video. Sim uso sempre forno ventilado. No entanto, nos 5 a 10 minutos finais pode tentar ligar o calor de cima, a grelha, bem suave, e perceber se consegue aquela cor. Muito obrigada!
Obrigada pela ajuda. Já me deu a resposta … eu não usei forno ventilado…
Olá Clara de Sousa.
A bolonhesa vegetariana já é um sucesso cá em casa.
As suas receitas vegetarianas são apreciadas aqui em casa, mesmo pelos não vegetarianos.
Obrigado pela sua generosa partilha.
Adalgisa Henriques
Essa bolonhesa é espectacular 🙂 fico feliz por ter feito tanto sucesso. 😉
Agradeço pois ja fiz muitas receitas suas e ficam sempre maravilhosa. Desejo que posso continuar apresentar maravilhas fico frata e vou continuando a fazer as suas receitas mt obrigada meus Parabéns beijinhos
Obrigada Maria, que bom que gosta! 🙂
Bom dia Clara de Sousa!
Em NY nunca comi o cheesecake, mas em Boston comi dezenas de vezes, servido sempre com molho de morangos!
O melhor cheesecake que comi, sem qualquer dúvidas.
Hoje ao ler a sua receita lembrei-me do tempo de esperança que vive junto com o meu marido em Boston!
Estivemos lá 3 meses, eu a fazer tratamentos de protões no MGH. Na altura um tratamento que ainda não se fazia na Europa, foi em 2005. Foi um tempo maravilhoso e nós cheios de esperança nessa cidade maravilhosa que é Boston, a minha cidade de coração.
Vou experimentar a sua receita, dar-lhe-ei o meu feedback, depois.
Muito obrigada Clara de Sousa!
Desejo-lhe uma boa semana!
Um beijo
Ana Santos
Ai Ana que responsabilidade 🙂 espero que corra bem e a transporte a esses tempos!
Olá Clara.
Interessante, não conhecia esta sua faceta, talvez porque sou pouco ou nada adepta de redes sociais.
Veio a doença, há um ano em tratamentos, químicos, rádios, cirurgia… mas tudo bem , não sou imprecionavel nem derrotista, e raramente vou abaixo. Enfim! só se me empurrarem, e passei a andar por aqui frequentemente. Ando de roda das suas receitas, já transcrevi algumas, mas melhor seria se tivesse os seus livros e, assim pergunto: Onde os encontrar?
O que não quer dizer que não continue a ler por aqui.
Vejo-a todas as noites, veio de férias muito mais gira do que já é, continue o que está fazendo que lhe fica muito bem.
Cumprimentos
Margarida.
Olá Margarida, espero que mantenha essa energia positiva para esta fase, será apenas uma fase certamente, da qual sairá mais forte. Esta faceta já é pública há mais de dez anos e já tenho 3 livros, um deles best of com as melhores receitas dos dois primeiros. Agora estou sem tempo para me lançar numa nova aventura dessas. Entrando no meu site, pelo computador, vê-os na barra do lado direito. Basta carregar. No telemóvel penso que apareçam apenas no final, mas são fáceis de encontrar. Muito obrigada pela simpatia. Desejo-lhe o melhor. Obrigada!