Eu adoro caril.
Sou fã incondicional da cozinha asiática, sobretudo indiana, nepalesa, tailandesa e venham caris de todas as cores que eu ataco sem perdão.
Além disso, estes pratos são de confecção rápida, o que os torna ainda mais perfeitos para a vida atarefada que tenho.
Os ingredientes do caril esmagam-se muito bem num almofariz. Na falta, em alternativa, podem triturá-los até ficarem em pasta.
Quanto ao choco, é cortado em cubos… mas atenção, tem de estar descongelado para que o molho não fique demasiado líquido.
Os asiáticos são fantásticos a tratar a carne dos cefalópodes – choco, lula, e outros. Mas em Portugal, tradicionalmente, cozemo-los sempre em demasia, e não é necessário.
Acho por isso importante deixar-vos informação que vos vai ajudar a ter uma carne de choco ou lula cozida na perfeição.
Os cefalópodes, como o choco ou a lula, têm dois pontos de cozedura. O primeiro ponto é por volta dos 5 minutos em que retêm mais sabor e ficam al dente. Passado esse tempo ficam tipo borracha e precisam de cozinhar durante pelo menos mais 30 minutos até ficarem tenros de novo. Uma cozedura muito longa torna-os muito macios, mas perdem aquele sabor fresco a mar.
Uma das formas que ajuda a quebrar as fibras dos cefalópodes é a congelação. Por isso, sugiro a compra de choco congelado. Se comprarem fresco, congelem-no de um dia para o outro, ou durante vários dias, e descongelem, sempre no frigorífico, antes de cozinhar. O que nunca devem fazer é colocar os cubos de choco congelado no molho de caril a ferver.
Mesmo descongelado, o choco liberta sempre alguma água. Se acharem que o molho precisa de engrossar um pouco usem um pouco de farinha maisena, no último minuto, tal como refiro na receita.
A base deste Caril de Choco é a mesma do Caril de Mexilhão do meu livro “A Minha Cozinha II”. Sim, mexilhão. Vão ter de experimentar com miolo cru de mexilhão ou com camarão cru descascado. Ficam soberbos. Os tempos de cozedura são exactamente iguais. 5 minutos!
Uma amiga muito especial para mim disse-me um dia que este caril recuperava memórias de um caril que comia em Moçambique, onde viveu até à adolescência. É assim a comida de conforto, a que nos enche o palato e o coração.
Finalmente, uma nota apenas em relação ao video. Podem reparar que não usei cebola – porque nesse dia o meu filho também comeu e ele é intolerante à cebola – mas podem e devem usar. É a primeira a refogar antes de juntarem o tomate.
Se gostam de caril e derivados aconselho uma outra receita muito rápida e deliciosa, o Frango Tikka Masala, um dos pratos mais pedidos nos restaurantes indianos em Portugal, e que fica pronto em apenas meia hora.
20 comentários para “Caril de Choco com Leite de Coco”
Clara, faço esta receita imensas vezes, mas desta vez decidi fazer com mimos de pescada, pois a minha sobrinha torce o nariz ao peixe mas adora caril. Pra dar sabor ao peixe, fiz uma marinada com o peixe descongelado e temperado de sal com a pasta de caril e o leite de coco durante 4 horas. Fiz depois conforme a sua receita. Devo dizer que a minha sobrinha adorou, ficou espetacular, o peixe absorveu os sabores do alho, das especiarias e do leite de coco, uma maravilha! Esta irei certamente repetir com outros peixes também, obrigada pelas suas receitas, tenho neste momento no forno a sua receita de tarte de maçã, que adoro e é super fácil de fazer. Um abraço
Uma bela forma de criatividade para contornar obstáculos Marina 😉 pode de facto fazer com outros peixes, camarão até, mexilhão. Muitas possibilidades! Muito obrigada!
Bom dia. Vou experimentar esta receita mas com tiras de pota (preço a metade do valor do choco), depois dou feedback…
Obrigada
Pode fazê-lo Alexandra, mas tal como com o choco não deixe cozinhar demasiado. E se largar muita água reduza na quantidade de leite de coco para não ficar muito aguado.
Obrigada Fiz e ficou magnífico.
Que sabor bom… Como é q em miuda nao gostava de caril nem coentros… Os gostos educam-se mesmo pois agora adoro ambos…
Um beijinho
É mesmo Alexandra, educa-se de preferência desde cedo, mas mais tarde também se vai a tempo 😉 Esse caril é muito fácil e é mesmo uma maravilha. Muito obrigada1
Clara, fiz.a sua receita mas não com tomate pelado ( e muito menos na quantidade que indica, que exagero de tomate!), fiz como a minha amiga Dina, que é indiana de Moçambique, costuma fazer: com 2 colheres de sopa de tomate concentrado. E juntei uma pitada de canela do Ceilão à pasta de caril, cozinhei por 35 minutos, ficaram óptimas! Obrigada pelas suas receitas, já fiz também a sua receita de arroz doce, uma delícia! Um abraço,
Marina Cascais
Olá Marina, esta receita em particular tem essa quantidade de tomate e fica mesmo muito boa, mas o bom destas receitas é que podemos sempre adaptar ao nosso gosto. Em relação ao tomate pelado, sem dúvida que com tomate fresco é sempre melhor, mas muitas vezes é por uma questão de facilidade e eu refiro quase sempre que podem usar o fresco em vez do enlatado. Em relação ao tempo de cozedura, aí é que discordamos em absoluto. Os cefalópodes, tal como refiro na receita, não precisam de muito tempo para ficarem no ponto. Mais tempo, no meu entender, retira-lhes a frescura que eu acho que devemos preservar. Neste campo, os asiáticos são mestres e cozinham sempre por pouco tempo. Claro que passados 35 minutos ficam cozidos, mas no meu entender não ficam tão bons. Experimente um dia, só para experimentar a textura 🙂 muito obrigada!
Clara já fiz esta receita de caril várias vezes e ficou sempre bem.
Estou a passar aqui para lhe dar a nota de que gosto imenso de seguir as suas receitas. Descreve-as de forma detalhada q.b. e inclui muitas dicas práticas que nos permitem antecipar problemas. Gosto muito de cozinhar, mas não tenho muito tempo e nas suas receitas encontro a diversidade, orientação e as histórias que me satisfazem!
Quando quero fazer uma receita nova com a garantia de que vai correr bem e ficará saborosa, passo sempre por aqui
Parabéns pelos eu trabalho!
Sílvia M. Rocha
Muito obrigada Silvia. 🙂
Obrigada Clara, vou mesmo experimentar. Não consigo ver o vídeo mas imprimi a receita e vai já ser o almoço deste sábado.
A Clara é a minha inspiração quer na bricolage quer na culinária.
Continue a bridar-nos com as suas ideias.
Obrigada
Houve um bug que afectou a amostragem dos vídeos mas já está resolvido. Deixe escorrer muito bem o choco para o molho não ficar muito líquido. Se for preciso seque-o com papel de cozinha, Paula.
Olá, Clara, eu tenho pasta de caril que já fiz e vou usando conforme a necessidade, que quantidade devo colocar para esta receita ?
Obrigada
Depende do punch da sua pasta mas talvez colher a colher e meia de sopa. Tem de testar Olga e adaptar 🙂
Obrigada, Clara
Caril como em Moçambique! Adoro caril de todas as formas e feitios. Também gosto de fazer com atum. Ou com qualquer tipo de vegetais. Tudo menos carne Obrigada por mais estas receitas fáceis e rápidas como eu gosto!
Clara, esta receita de caril de choco dá para quantas pessoas? Obg,
Maria diz na barra onde estão os tempos e a dificuldade. Para 4.
A Clara sempre a fazer magia onde toca.
Admirável senhora.
Obrigada António. Experimente a receita que é muito boa!