Nestes tempos de isolamento social temos de encontrar ideias para nos mantermos activos e unidos, em actividades e projectos que nos entusiasmem enquanto família.

Foi o que aconteceu na minha primeira semana de recolhimento em casa, com a minha filha. Ela precisava de desligar um pouco dos estudos, que a deixam enfiada no quarto durante longas horas… e eu também precisava de arejar um pouco a cabeça tão bombardeada com as notícias da Covid 19.

A Maria tem 20 anos mas nunca tinha feito um tear na escola, ao contrário de mim que nos idos de 80 o tinha feito na disciplina de trabalhos manuais.

Tínhamos cordel branco (é o fio de atar carnes), lãs, pregos, cola… e na oficina encontrei uma ripa larga de madeira que cortei de forma trapalhona com o tico-tico em 4 tiras mais finas.

Tínhamos cartão para fazer a agulha e o sistema de levantamento de linhas. Uns galhos que tinham sobrado do projecto da Escada para Mantas de inspiração náutica. E o “lorde” cá de casa… sempre em cima!

Perfeito! Tínhamos tudo para começar.

Ela foi inventando a cada nova linha que fazia.

Franjinhas…

… bem farfalhudas que ficaram! A Maria optou por deixar umas pontas mais compridas, diz que fica mais giro.

Lindo também o ponto de trança horizontal. Ela explica como se faz no video.

Também o “ponto fofinho” (nem faço ideia qual o nome deste ponto) que fez com a ajuda de um pauzinho de sushi…

… e no final tudo preso a um galho para podermos pendurar. Este já estava tratado e envernizado. Podem usar outro tipo de suporte que tenham por casa.

Já era de noite quando a Maria terminou e estava super feliz… tanto que já encomendou outras lãs, com outras texturas, para fazer uma tapeçaria maior para colocar na parede sobre a cabeceira da cama do seu quarto.

Para já… esta ficou para mim. É pequenina mas tem um forte simbolismo e representa um período de que nenhum de nós se vai esquecer enquanto viver.